Os animais de estimação despertaram uma necessidade nos condomínios: ter um pet place. Construtoras já entregam empreendimentos com área para os bichos e os condomínios mais antigos estão adaptando áreas a pedido de moradores. Mas há muitas dúvidas sobre tamanho, estrutura, brinquedos e regras de uso.
No pet place do edifício Metropolitan Park I, no bairro Itacorubi, com 144 unidades, o síndico Albert Peres explica que o espaço foi construído há três anos, a pedido principalmente das mulheres, que se sentiam inseguras para passear à noite com o cachorro na rua. “Colocamos o assunto em assembleia e foi aprovado por minoria simples”.
Albert consultou um adestrador para definir a estrutura do espaço. Numa área de 55 m2, os moradores investiram R$1 mil em bancos, passeio de cimento, placa com regras de uso, lixeira e árvores, sem brinquedos. A manutenção é a colocação de um produto para não dar cheiro,- investimento de R$ 120 a cada três meses – e sacos de lixo. As regras de uso são recolher os dejetos e manter a boa convivência. “Tem sempre alguém que não cumpre as regras, mas a experiência é boa. Ter uma opção de passeio aqui dentro é um bom argumento para mantermos o espaço”, diz Albert.
No bairro Estreito, em Florianópolis, o condomínio Allure Residence Club foi entregue pela construtora com pet place, uma área de 20 m2, que a síndica Roberta Andrett diz ser suficiente para as 70 unidades. Há bancos, área gramada, área com pedras de rio, túnel, dois tanques de banho. As regras definidas em assembleia estão no regimento interno: não deixar o cão sozinho, recolher dejetos e o funcionamento das 6hàs 0h. Para Roberta, o convívio tem sido tranquilo nos três anos do condomínio. “Temos muitos cães aqui, mas nunca precisamos discutir algum problema em assembleia”. O gasto de manutenção é com a lavação diária, e conserto eventual, que a síndica considera irrisório.
Comportamento
A educadora canina Emmanuelle Moraes, especialista em comportamento animal, com ênfase no preparo para viver em sociedade, atua há 15 anos na área e chama a atenção para as regras de uso, pois recebe reclamações de falta de comportamento neste tipo de espaço dos clientes que ela atende. “O uso do pet place deve ser definido por sociabilidade e educação, e o que vejo são regras de peso e tamanho”.
Para ela o cão que não se sente à vontade com outros não pode estar em público, pois é onde acontecem as brigas. “Há cães que montam no outro, latem em excesso, são reativos, agressivos e os que excedem na interação. Por isso o requisito deve ser comportamento e não porte”. Ela relata que às vezes um cão pequeno é mais agressivo que uma raça considerada mais violenta. E que a educação do animal depende do tutor, que deve estar atento ao ambiente e ao seu cachorro. “Nessas horas é bom deixar o celular de lado”, lembra a educadora.
Emmanuelle diz que espaço é do que os animais mais precisam. Ela recomenda o uso degramados, moitas e ervas medicinais como o capim cidreira, para instigar o olfato, árvores sem espinho para ter sombra e área suficiente para correrem e não entrarem em conflito. “O gramado é ideal, pois no apartamento já tem piso. A pedra pode ser perigosa, já que alguns animais podem engolir”. Quanto a brinquedos ela prefere túneis, e alguma plataforma, pois os cães gostam de locais para subir. “Nada de gangorras, que são perigosas, varinhas em pé ou rampas, que são os brinquedos de agility, indicados apenas para quem vai praticar esporte com cachorro”.
Fonte: Condomínios Sc
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