Em vigor desde 1.º de janeiro, a lei que promove incentivos e benefícios tributários à chamada Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) deve acelerar a automação das residências no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (Aureside), o uso de dispositivos de IoT para casas inteligentes deve crescer 20% até 2023.
“O esforço das empresas em buscar a simplificação dos sistemas para que qualquer pessoa consiga usar com facilidade está fazendo com que esse mercado cresça rapidamente”, afirma Douglas Strabelli, fundador e CEO da Sagewood Construction, que atua nos Estados Unidos desde 2001.
As possibilidades, diz, vão da geladeira programada para avisar quando alguns itens de consumo rotineiro estão acabando, sensores de temperatura que acompanham o cotidiano dos moradores para economizar energia quando não tem ninguém em casa e cafeteiras que deixam o café pronto na hora certa a fechaduras, câmeras e até aspirador controlados a distância.
Strabelli também destaca a sustentabilidade como ponto-chave das novas tecnologias da casa inteligente. “São inovações como automação para economia de luz, cortinas que abaixam para manter a temperatura amena e reduzir gastos com ar-condicionado e sistemas modernos de energia solar e irrigação, por exemplo”, enumera.
As soluções vão de sistemas completos e enxutos, como Creston e Control4, que condensam todas as funcionalidades em uma plataforma, a kits voltados à segurança, eficiência e automação, como os produtos da Positivo Casa Inteligente. A campeã de vendas da empresa no Brasil, por exemplo, é a Smart Lâmpada Wi-Fi, que chega a diferentes tons de branco e pode ser programada para ficar mais amarela ao anoitecer, tanto pelo aplicativo quanto por comando de voz.
Tecnologias integradas
Radar de tendências em design, arquitetura e decoração, a Casa Cor de 2020 mirou nessa nova forma de morar – mais inclusiva e tecnológica –, que ganhou significado central na pandemia da covid-19. Procurada pela LG para desenhar a estratégia de ativação da marca na mostra, a Agência Moulin convidou o escritório Suíte Arquitetos para desenvolver um projeto de casa conectada.
“A casa pós-pandemia é diferente”, afirma Camilla Simon, fundadora da agência e líder do projeto. “As pessoas querem afetividade, conforto, espaços mais inteligentes, praticidade e tecnologia para se conectar – com elas mesmas e com o mundo – sem sair de casa.”
Instalado em um contêiner, um estúdio apresentava as 12 principais soluções da LG para uma casa inteligente, entre refrigerador, TV, notebook, caixas de som, celular e ar-condicionado. O protagonismo, entretanto, ficou por conta da tecnologia ThinQ, solução da marca para automação e integração dos produtos com dispositivos móveis, assistentes de voz ou a própria TV. “Através do celular, o aplicativo permite controlar os aparelhos, evitar desperdício de energia e gerenciar tudo de qualquer lugar”, diz Camilla.
Projetos do gênero já saíram do papel em algumas das principais cidades brasileiras. Na capital paulista, a Yuny incorporou o sistema de automação como atrativo do UWIN Brooklin, empreendimento voltado para um público mais jovem (entre 25 e 35 anos), com entrega prevista para março de 2023. A tecnologia, que poderá ser integrada à assistente virtual Alexa, da Amazon, vai permitir que os moradores controlem ar-condicionado e iluminação ou que abram e fechem as cortinas com um simples comando de voz.
Outra que aposta na inteligência artificial como solução é a Trend Investimentos, incorporadora de Porto Alegre que batizou o conceito de seu novo empreendimento de HTML – High Tech Millennial Lifestyle. “O Studio Trend (lançado dia 12) traz o conceito de corpo e alma, hardware e software, dispositivo e aplicativo”, diz o CEO Rafael Severo. A proposta é que os apartamentos aliem segurança, funcionalidade e sustentabilidade. Os moradores poderão acionar a fechadura e abrir a porta de casa com um aplicativo integrado, pelo qual também será possível alinhar locações por temporada ou a longo prazo e agendar a utilização dos espaços comuns do prédio.
Entregar soluções para o mercado fornecendo energia mais barata e sustentável para condomínios é a promessa da TYR Energia. Ao acessar a plataforma, os clientes passam a monitorar os gastos em tempo real e entender de que forma a energia é consumida dentro de casa. A empresa prevê iniciar 15 novas operações até o final de 2021 e atender 800 condomínios até 2026.
Fonte: Estadão Economia
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