Acúmulo de lixo e crianças em casa com mais frequência, por causa do isolamento social, facilitam proliferação da praga urbana
Na lista das visitas mais indesejadas no ambiente doméstico, as baratas costumam liderar o ranking. Transmissoras de doenças causadas por fungos e bactérias, não é novidade que essa praga urbana tende a se multiplicar nos ambientes, seja ele higienizado ou não, principalmente, com acúmulo de lixo. Mas o que poucos sabem é que a asma está entre as inúmeras doenças ocasionadas pela presença desses insetos indesejados em casa.
Segundo Maria Fernanda Zarzuela, bióloga, isso ocorre porque os restos de baratas mortas e outras secreções do inseto são listados como alérgenos, ou seja, componentes que causam as reações respiratórias nas pessoas que sofrem com asmas e alergias.
“Entre 60% e 80% das crianças asmáticas que vivem em áreas urbanas são sensíveis aos componentes das baratas. Muitas vezes essa irritabilidade é maior do que as produzidas por ácaros ou outros animais”, explica a especialista. Outras doenças e sintomas também são ocasionados pela presença de baratas, como diarreia, febre, micoses, vômito, infecções urinária e alimentar.
No geral, as baratas urbanas entram nas casas para conseguir alimento, que pode ser qualquer lixo orgânico, como restos de comida, plantas murchas, animais em decomposição, entre outros. Existem milhares de espécies de baratas, mas duas delas podem ser apontadas como as mais comuns em território domiciliar: a barata esgoto e a francesinha.
Como o próprio nome diz, a barata esgoto é encontrada em galerias de esgoto, lixos, caixas de gordura e outros locais insalubres. São animais relativamente grandes, em média com cinco centímetros de comprimento. As medidas de prevenção recomendadas são vedar o lixo, proteger os ralos e as tubulações e colocar telas nas janelas. Já as baratas francesinhas são menores e, geralmente, encontradas dentro de gabinetes de armários, na borracha de vedação de geladeiras, atrás de móveis e frestas.
A bióloga reforça que é preciso tomar cuidado e manter os ambientes limpos, arejados e, sempre que possível, manusear bem o saco de lixo e colocá-lo para fora de casa o quanto antes. “Restos de comida atraem esses pequenos insetos que são resistentes e se reproduzem com facilidade em ambientes úmidos e escuros. É importante armazenar os alimentos dentro de potes bem fechados, colocados em geladeiras ou armários”, orienta Maria Fernanda.
Além da manutenção e higienização dos ambientes, a escolha de um inseticida adequado para o controle e prevenção das baratas é essencial. Quando identificada a presença desses animais em excesso, a recomendação é acionar uma empresa de controle de pragas urbanas para eliminar ou diminuir o problema.
Isolamento social
A especialista afirma que, em função do isolamento social, a mudança na rotina com a quarentena impactou negativamente a proliferação das pragas urbanas. O reflexo da fartura de lixo próximo aos ambientes domésticos exige um cuidado maior para se evitar doenças ocasionadas por insetos, como as baratas.
“No geral, a sociedade precisou se adaptar a cozinhar por conta própria ou comprar comida via delivery. Com as escolas fechadas e as crianças em casa, os lanchinhos se tornaram frequentes, ocasionando um acúmulo de migalhas de alimentos em móveis, estofados e chão da residência. Além disso, com a rotina alterada, a família passou a aglomerar mais louça na pia. O cenário de quarentena também representa um risco à saúde”, aleta Maria Fernanda.
Em relação a esse panorama, a Associação dos Controladores de Vetores (Aprag) emitiu um alerta sobre o aumento da circulação de pragas urbanas – ratos, baratas e outros vetores – próximo às residências.
A recomendação da entidade para a população é que não deixem restos de alimentos em pias e mesas. Quanto mais cuidado a sociedade tiver no processo de limpeza e higienização do ambiente domiciliar, menores serão os atrativos para esses animais. Descartar o lixo de forma regular para que a coleta pública possa fazer o recolhimento e não acumular em determinados espaços na residência pode contribuir na eliminação do problema.
Fonte: Condomínios SC
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