Um dos sócios fundadores da gestora de recursos Empírica, e responsável pelos investimentos imobiliários, especialista avalia que as perspectivas para o setor são muito positivas em 2021.
O mercado imobiliário esteve mais aquecido em 2020?
Sem dúvida. Vamos olhar a cidade de São Paulo, que é o mercado mais dinâmico. A média de lançamentos vinha sendo um pouco abaixo de 30 mil unidades por ano. No período entre 2016 e 2019, depois da crise econômica, o número de lançamentos caiu para cerca de 23 mil unidades por ano. Mas em 2020, segundo as estimativas preliminares do setor, o número de lançamentos foi de 50 mil unidades. O mercado compensou parte do atraso. E acredito que em 2021 os números serão ainda melhores.
Não vai sobrar imóvel?
As pessoas não percebem que o mercado é dinâmico. O melhor exemplo é o do Japão. A população é de 126 milhões de pessoas e não cresce, o déficit habitacional é zero e, mesmo assim, são lançados cerca de 1 milhão de imóveis novos todos os anos, apenas para reposição.
Isso vale para o Brasil?
No Brasil a situação demográfica é muito diferente. A população cresce e o déficit habitacional é enorme. São lançados de 200 mil a 300 mil imóveis novos todos os anos no País, e mesmo assim, o déficit habitacional permanece elevado. Ou seja, há muita demanda por imóveis, tanto de quem já possui casa própria e quer comprar outra como investimento quanto de quem procura seu primeiro imóvel. Nos últimos meses houve casos de edifícios que foram integralmente vendidos em poucos dias, logo após o lançamento.
Por que o mercado se aqueceu em 2020?
A diferença agora é a queda dos juros. Ficou mais barato financiar, e o aluguel passou a render mais em comparação com as aplicações conservadoras. As pessoas voltaram a comprar imóveis como investimento, especialmente depois da queda da rentabilidade da renda fixa.
Quais os riscos?
Para este ano, não vejo grandes ameaças. Ao contrário, os negócios devem ser mais exuberantes. O mercado imobiliário foi bom em 2020 e será ainda melhor em 2021. Já para 2022 não é possível prever o que vai ocorrer.
Por quê?
A eleição promete ser nervosa e não é possível prever como ficarão os juros, que no caso desse financiamento é um elemento essencial.
E do ponto de vista do investidor?
Os fundos de base imobiliária, que compram ativos físicos e não títulos, oferecem boas oportunidades. Assim como aqueles que investem em “build-to-suit”.
FUNDOS
FIDCs de fintechs superam R$ 12 bi
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) das 828 fintechs que atuaram no Brasil até setembro de 2020 já somam mais de R$ 12 bilhões, de acordo com um estudo realizado pela BizCapital, fintech de soluções financeiras para micro e pequenas empresas e dona de um FIDC com mais de R$ 85 milhões. O FIDC é um investimento em títulos de crédito e existem alguns especializados em crédito com ou sem garantia, para pessoas físicas ou jurídicas, de prazos curtos e longos. Em um FIDC, o investidor, muitas vezes, pode escolher se quer menos risco, recebendo uma renda fixa pelo investimento, ou mais risco, acompanhando a performance do fundo.
MERCADO DE CAPITAIS
Itaú BBA lidera ranking Anbima
O Itaú BBA liderou pelo quarto ano consecutivo o ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que mostram as instituições responsáveis pelas operações de renda fixa em 2020. Tanto na originação (emissões de títulos como debêntures, CRIs, CRAs etc.), com R$ 43,3 bilhões, quanto na distribuição desses papéis aos investidores, movimentando R$ 10,4 bilhões. Apesar da liderança, os dados foram afetados no período pela pandemia de Covid-19, com volumes caindo 38,2% e 73,3%, respectivamente, em relação a 2019. O movimento foi acompanhado por todo o mercado. No segundo lugar veio Bradesco BBI (R$ 33,1 bilhões).
Número da semana
US$ 722,4 milhões
Foi o déficit acumulado na balança comercial brasileira em seu saldo até a segunda semana de fevereiro, conforme informação do Ministério da Economia. Na segunda semana, a balança registrou saldo positivo de US$ 413,8 milhões, com exportações somando US$ 3,946 bilhões e as importações, US$ 3,532 bilhões. Em janeiro, a balança registrou déficit de US$ 1,125 bilhão. No acumulado de 2021, o saldo é negativo em US$ 1,848 bilhão. As importações registraram aumento de 13,4% em fevereiro, com crescimento de US$ 1,11 milhão (6,0%) em Agropecuária; queda de US$ 5,35 milhões (-12,8%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 101,64 milhões (15,1%) em produtos da Indústria de Transformação.
Já as exportações recuaram 11,9%, com queda de US$ 61,87 milhões (-43,4%) em Agropecuária; crescimento de US$ 16,7 milhões (7,3%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 57,29 milhões (-11,7%) em produtos da Indústria de Transformação.
Fonte: ISTOÉ DINHEIRO
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