Maria Paula, na região de Pendotiba, foi o bairro mais valorizado em Niterói para venda de apartamentos em 2019. Levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi) Rio aponta que o preço do metro quadrado no bairro registrou a maior variação entre janeiro e dezembro, passando, em média, de R$ 4.039/m² para R$ 4.302/m², um crescimento de 6,5%. Em contrapartida, áreas mais nobres da cidade, como São Domingos e Boa Viagem, foram as mais desvalorizadas.
Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi, atribui a performance ao preço dos imóveis; mais baixos dos que os praticados na Zona Sul e na Região Oceânica. Ele lembra que, em janeiro do ano passado, quando o metro quadrado em Maria Paula custava R$ 4.039, em São Francisco e na Boa Viagem ele estava mais do que o dobro: R$ 8.230 e R$ 8.890, respectivamente. Em São Domingos custava R$ 6.267, e em Camboinhas, R$ 7.248.
— É uma região mais barata, que oferece maior possibilidade de recuperação do investimento. É a chance de ter a casa própria mesmo que não seja numa área tão nobre — explica Schneider, apostando numa retomada de negociações e investimentos no setor.
Dos mais de 20 bairros analisados pelo Secovi em diferentes regiões do município em 2019, apenas três — incluindo Maria Paula — apresentaram alta no valor de mercado: Piratininga variou de R$ 7.092/m² em janeiro para R$ 7.186/m² em dezembro (+1,3%), e o Barreto de R$ 4.961/m² para R$ 5.019/m² (+1,2%).
Investimentos na região
No sentido inverso, o preço do metro quadrado em São Domingos teve queda de R$ 6.267 para R$ 5.854 (-6,6%), e em Boa Viagem a redução foi de R$ 8.890 para R$ 8.331 (-6,3%).
— No momento de crise, os clientes buscam alternativas mais baratas. Tudo depende do que cabe no bolso — ressalta Schneider.
Em 2018, a prefeitura de Niterói divulgou que bairros da região de Pendotiba, entre eles Maria Paula, receberiam investimentos de cerca de R$ 70 milhões em infraestrutura, macrodrenagem, drenagem e pavimentação. Uma das melhorias mais importantes foi o recapeamento dos cinco quilômetros da Estrada Caetano Monteiro, a principal da região e na qual diversos empreendimentos residenciais foram instalados nos últimos anos.
De acordo com o estudo Cenário do Mercado Imobiliário de Niterói, do Secovi, que considera o panorama de janeiro a outubro, o ano de 2019 não foi tão positivo para a cidade, pois continuou, a exemplo de 2018, apresentando uma baixa na procura por imóveis residencias, assim como o Rio. Schneider avalia, porém, que o cenário de crise dos últimos cinco anos está ficando para trás, ainda que lentamente.
— Há um início de retomada de confiança no setor, tanto dos incorporadores quanto da própria população. É bem gradual, mas que já representa ligeiro aumento no número de negociações e pesquisas. Estamos caminhando para um cenário pós-crise — conclui.
Momento oportuno
Para o vice-presidente do Secovi, este é um bom período para se investir no setor imobiliário, quando há perspectivas de valorização.
— A condição está favorável por conta de uma baixa na taxa de juros para financiamento e, com o mercado em crise nos últimos anos, há muita oferta e valores mais baixos. A locação também pode ser uma boa opção, pois os preços caíram e, da mesma forma, tem muita oferta. É preciso analisar — ensina.
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